quinta-feira, 21 de abril de 2011

Cap I - A Mercadoria / Item 1 (p. 41 a 44)

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
 Neste trecho, Marx faz considerações para a compreensão do conceito da mercadoria. Apresenta seu duplo aspecto, de valor-de-uso e de valor-de-troca, ressaltando o caráter qualitativo da primeira e quantitativo da segunda.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

1. OS DOIS FATORES DA MERCADORIA: VALOR-DE-USO E VALOR (SUBSTÂNCIA E QUANTIDADE DE VALOR)

A riqueza da sociedade capitalista apresenta-se como uma imensa acumulação de mercadorias. A mercadoria, portanto, é a forma elementar dessa riqueza.

Primeiramente, a mercadoria é um objeto externo, uma coisa que satisfaz quaisquer necessidades humanas (seja para consumo, seja para produção).

A mercadoria possui duplo aspecto.
1)Sua utilidade, determinada pelas qualidades ou propriedades materiais, específicas e próprias de cada mercadoria, faz dela um VALOR-DE-USO, e isso independe da quantidade de trabalho nela empregada. O valor-de-uso é conteúdo material da riqueza; existe em qualquer tipo de sociedade e se realiza quando consumido.
2) O valor de uso é portador material do VALOR-DE-TROCA. A relação quantitativa entre valores-de-uso diferentes revela este último aspecto da mercadoria.

Qualquer mercadoria é trocável por outra diferente dela. Isso é possível porque uma mercadoria possui muitos valores-de-troca. Para expressar mercadorias tão diferentes e tornar possível a permuta, o valor-de-troca deve, portanto, representar um significado igual para todas.

Esse significado igual é dado a partir de uma grandeza comum entre as mercadorias diferentes. Logo, dois bens de qualidades diferentes, para serem trocados, devem ser reduzidos a uma terceira coisa, que os iguala.

A grandeza comum não pode ser material. Como se viu, o conteúdo material de um bem indica sua qualidade, sua utilidade.

Tal grandeza comum, base do valor-de-troca, deve igualar proporções de mercadorias diferentes para tornar possível a realização da troca, sem considerar o valor de uso das mesmas. Por isso, o valor de troca tem caráter quantitativo.

Para se chegar ao valor-de-troca, portanto, deve-se manter nas mercadorias apenas o que todas elas têm em comum. Pondo de lado todas as qualidades materiais de cada mercadoria, resta, então, que ela é o produto de um trabalho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário