sexta-feira, 22 de abril de 2011

Cap I - A Mercadoria / Item 1 (p. 45 e 48)

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A última parte do item 1 do referente capítulo explica que o valor é mensurado pelo Tempo de Trabalho Socialmente Necessário, determinado em observância às condições existentes. Além disso, Marx mostra como a produtividade afeta o valor das mercadorias. Por fim, lembra que existem valores-de-uso que não são mercadorias, ressaltando suas características.
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1. OS DOIS FATORES DA MERCADORIA: VALOR-DE-USO E VALOR (SUBSTÂNCIA E QUANTIDADE DE VALOR)
Sabe-se que o valor de uma mercadoria é determinado pela quantidade de trabalho humano abstrato, despendido durante a produção. Ao contrário do que tal conclusão sugere, a preguiça ou inabilidade de uma pessoa ao produzir um bem, que necessitaria de mais tempo de trabalho para tal, não ocasiona em maior valor a uma mercadoria. O dispêndio de trabalho considerado é homogêneo, de igual força de trabalho, de idênticas habilidades ou capacidades. Para isso, trabalha com a ideia de uma força média de trabalho social que executa o trabalho, de acordo com as condições existentes, em um tempo médio socialmente necessário à produção de uma coisa, um valor-de-uso. 

Logo, percebendo o fator “tempo” com maior lucidez, constata-se que a grandeza do valor é o TEMPO DE TRABALHO SOCIALMENTE NECESSÁRIO para a produção de um bem. Neste âmbito, cada mercadoria individual é um exemplar médio da sua espécie. 

O tempo de trabalho muda com qualquer variação na produtividade, determinada por circunstâncias como condições naturais, destreza média, grau de desenvolvimento da ciência e sua aplicação tecnológica, organização social do processo de produção, entre outras. Quanto maior for a produtividade do trabalho, menor será o tempo de trabalho requerido para produzir um bem e, portanto, menos valor essa mercadoria terá. No caso contrário, maior será seu valor. Em outras palavras, a grandeza do valor varia na razão direta da quantidade, e na inversa da produtividade do trabalho aplicado em uma mercadoria.

Coisas podem ser valores-de-uso sem ser valor (ar, terra virgem, pastos naturais etc.). Podem ainda ser fruto de trabalho humano e também não ser valor. Quando se produz a fim de satisfazer as próprias necessidades, produz valor-de-uso apenas. Quando a produção expande-se para atender outros, origina um valor-de-uso social, o bem já se percebe como mercadoria.

Para ser uma mercadoria, o bem que servirá como valor-de-uso para alguém terá de ser adquirido através da troca. Por isso, não se pode apontar como mercadoria, por exemplo, o trigo do tributo para o senhor feudal, durante a época medieval, que era cedido de forma compulsória, e não trocado por outra mercadoria.     

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